O que é Execução Penal e como ela funciona na prática
Entenda o que acontece depois da condenação e como a família pode acompanhar esse processo.
Flávia Eleotério


Quando alguém da família é condenado e começa a cumprir pena, muitas dúvidas surgem:
👉 “Para onde ele vai?”
👉 “Quem decide se ele pode mudar de regime?”
👉 “Como saber quando vai sair?”
Essas perguntas são muito comuns — e é justamente aí que entra a execução penal.
Ela é o processo que acompanha o cumprimento da pena, garante direitos e define quando o preso pode progredir de regime ou voltar ao convívio social.
Entender esse assunto ajuda a família a se sentir mais segura, saber o que esperar e, principalmente, acompanhar de perto a situação de quem está preso.
O que é Execução Penal?
A execução penal começa quando a condenação se torna definitiva, ou seja, quando não cabe mais recurso.
A partir daí, a Justiça passa a acompanhar o cumprimento da pena, fiscalizando se está tudo dentro da lei.
O principal objetivo da execução penal não é apenas punir, mas preparar o preso para voltar à sociedade, garantindo que ele tenha acesso ao que a lei prevê: trabalho, estudo, saúde e dignidade.
Quem participa da Execução Penal?
Durante essa fase, existem pessoas e instituições com papéis bem definidos:
• Juiz da execução: é quem autoriza mudanças de regime, saídas temporárias e outros benefícios.
• Ministério Público: fiscaliza o cumprimento da pena e também acompanha os pedidos feitos.
• Advogado criminalista: representa o preso e atua para garantir que nenhum direito seja esquecido.
• Família: pode (e deve) acompanhar, buscar informações, conversar com o advogado e apoiar emocionalmente o preso.
Ter um advogado de confiança faz diferença, porque ele é quem vai manter a família informada e agir nos momentos certos.
Como funciona na prática?
A execução penal segue etapas, que podem variar conforme o caso, mas geralmente funcionam assim:
🔹 1. Início da execução
O juiz recebe um documento chamado guia de execução penal, que mostra quanto tempo de pena deve ser cumprido e em qual regime (fechado, semiaberto ou aberto).
Com base nisso, começa a contagem do tempo para futuros benefícios.
🔹 2. Cumprimento da pena
Durante o tempo em que o preso está no sistema, ele pode trabalhar, estudar ou participar de projetos de leitura.
Essas atividades reduzem a pena (chamamos de remição) e ajudam na ressocialização.
🔹 3. Benefícios e mudanças de regime
Com o passar do tempo, a defesa pode pedir benefícios, como:
• Progressão de regime (passar do fechado para o semiaberto ou aberto);
• Saída temporária (saidinha);
• *Remição por trabalho, estudo ou leitura;
• Livramento condicional, entre outros.
Tudo é analisado pelo juiz e depende do bom comportamento e do tempo de pena já cumprido.
🔹 4. Fim da pena
A execução termina quando a pena é totalmente cumprida ou quando ocorre alguma causa de extinção, como indulto, comutação ou prescrição.
Como a família pode acompanhar?
A família tem um papel essencial. Mesmo sem poder decidir juridicamente, pode:
• Acompanhar o advogado e pedir explicações sobre o andamento;
• Cobrar respeito e tratamento digno;
• Incentivar o preso a participar de atividades que gerem redução de pena;
• Guardar documentos e informações importantes, como datas e comunicações recebidas do presídio;
• Manter o apoio emocional e familiar, que é fundamental para a ressocialização.
Porque o advogado é tão importante nessa fase?
Muitas vezes, o que faz a diferença entre um preso progredir de regime logo ou ficar mais tempo do que deveria é a atuação do advogado.
Ele é o responsável por:
• Calcular corretamente quanto tempo falta para o próximo benefício;
• Fazer pedidos no momento certo;
• Verificar se há erros na contagem da pena;
• Garantir que o preso tenha acesso aos direitos previstos na Lei de Execução Penal.
Ter um profissional acompanhando evita atrasos e dá à família tranquilidade para saber que tudo está sendo feito da forma correta.
Quer entender como acompanhar melhor o cumprimento da pena de um familiar?